Queria não falar, para não me prender a mais palavras, as cotidianas meras palavras. Porém, minha necessidade quase vulcânica de prosseguir transmitindo meus sentimento é algo que vai além do meu ser. As lembranças voltam a dor parece ainda tão real, as vezes finjo que esqueço, as vezes esquecer é meu mal. Era pra ser real, era pra ser de concreto, era pra ter um sorriso intrínseco em todo o corpo, mas já não há sorriso, nem corpo!
Lembro-me do tempo que só de olhar nos teus olhos havia veracidade bastantes para sermos um, hoje caímos no comodismos de sermos apenas um mais um. Caos, tristeza e melancolia tira de mim a beleza para te dar, aquela beleza que as horas renega, que na lua sossega em um pálido boa noite de vozes como açoite nos nossos ouvidos e esses ouvidos que mais querem ficar surdos que entender tamanha frieza.
Então era assim, havia jardim e as flores até cantarolavam com os pássaros, havia, por muito, os pássaros. E vida parecia transcender uma magia que somente quem ama a natural, quem ama a vida poderá entender.
E hoje, o que se fez das flores? Há flores? Há pássaro?
As respostas de tantas perguntas, as perguntas que o medo não deixa nem questionar, serão todas respondidas no olhar sincero do tempo. O tempo que conduzirá minha vida e a sua, ou a angustias eternas ou a eternas angustias.
Tanto faz se é amor ou paixão, se os meses passam ou não, as vezes se reluz demais não é ouro e se reluz de menos nem aço é, por isso, não se comova com minhas palavras curtas nem se vanglorie com meus texto de três páginas. Falo aqui daquelas páginas do tempo e das horas que formam os meses. É que até o acaso me absorve, até a rua me inquieta, o sol queima mais forte em mim e o céu escurece mais depressa.
Por isso, ame esse meu jeito caduco de querer tudo, ou me desame por inteira, cubra-me na medida da verdade com o alicerce da vontade, talvez até me iluda. Só não vale a pena me amar por amar, tem que ser o côncavo e o convexo e por que não dizer o perpendicular e o paralelo, toda dicotomia perene no meu ser é o que me torna mais viva, então trace seu objetivo no meu corpo e deixe que as loucuras por si só invada. Não queira provar só do fel de minha alma nem se permita sentir o mel por inteiro, é cruel demais para você ...
E que as angustias venham, mas que o foco seja outro. Que o copo esteja seco de rancor e desordem pura, pois em tudo há mistura. Por isso falo, tem que existir o enlaço. Peço metade de seu amor com tudo misturado, envolto da carne, encostado na alma, delirante ou covarde, eu sempre quis tudo e nunca pedir nada.
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