Faz tempo que não escrevo. Não foi por falta de vontade ou de tempo, nem foi a inspiração que não apareceu, nem tive a inércia dos poetas novos.
Tenho ainda minhas dores, meus amores, meus questionamentos maduros e até imaturos. Apenas não escrevo com medo de me conhecer mais, com medo de minha estrutura não permitir mais descobertas. Por medo do meu óbvio tive que me submeter a meu caos sem as palavras, talvez me submeter ao meu caos completo.
E agora venho, aqui, falar que já estou pronta para escrever novamente, para amar novamente, para sofrer se for necessário, mas com todas as ponderações que os dias de hoje nos permite, pois ser boêmio atualmente é um ato de puro instinto.
Hoje, não se vangloria quem morre de amor, ou quem sofre infinitamente de dor, nem tão pouco quem demonstra seus sentimentos em palavras, ou quem sai a noite em busca de algo a mais para completar o que escreve, não se compreende o poeta, não se falam em poetas, não querem mais entender o significado de uma frase ou mesmo de uma palavra, não se ama por completo, não se entrega, nem se deixa entregar... há uma dureza em cada olhar, em cada toque, em cada sentir, em cada encontro que não é mais repentino, é tudo marcado e muito bem marcado.
Sinto falta disso tudo, disso que nunca tive dessa forma boemia que não vivi, pois tudo isso está no meu sangue, minhas veias escorrem de um passado mesmo não podendo ter, porém tornou-se muito vivo, muito integro dentro de mim.
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